Friday, August 25, 2006

Liberdade em Movimento


 Primeiro vi o prédio. Depois reparei nas nuvens reflectidas na fachada.
E depois o pássaro juntou-se à imagem, de forma inesperada, e tornou-a ainda mais bonita.

Primeiro, vi-te. Depois reparei na atitude.
E depois juntou-se o sentido de humor -e o mau humor - a conversa, o discurso, as ideias, as piadas, os gostos, os desgostos... e tornaste-te ainda mais bonito.

Reparei em ti no primeiro segundo em que te vi. Juro!
Depois reparei que não tinhas reparado em mim, nem de perto nem de longe.
Depois estive a ouvir, estive a ver, estive a ler nas entrelinhas dos teus olhos, dos gestos das tuas mãos - estive-te a aprender.
Aprendi que tens uma mágoa escondida, aprendi que lutas constantemente contra ti mesmo, contra o que sentes, contra o que não sentes, contra o que não queres voltar a sentir.
Aprendi que usas máscaras, que te escondes atrás de personagens muito mais duras, muito mais esplendorosas - mas muito menos cativantes do que tu mesmo.
Depois vieram os dias, vieram as noites, a distância, a proximidade, as conversas, os silêncios...
E depois ainda a mágoa, a confusão, as interrogações.

A coisa mais bonita que temos é a liberdade.
Se a perder que seja apenas pela metade - por a ter dividido.

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