Amo-te, Porto
Eis aqui uma das vistas da cidade que sempre me encantou.
É pena que a fotografia nunca consiga traduzir exactamente tudo o que os olhos vêem. À minha frente, o Jardim das Virtudes, com socalcos verdejantes e mal frequentados, que se estendem pacificamente até ao Rio D'Ouro. O que a objectiva não captou foram os lençóis brancos que se estendem preguiçosamente na relva, à espera de secar, de braços estendidos ao sol.
Mais à esquerda, um casario cansado espreita pelos buracos das telhas, pelas janelas já sem vidros, esticando-se nas pontas das paredes para tentar ver as gentes que passam - que passam sem olhar para ele.
Em dias cinzentos, das velhas telhas chovem lágrimas de chuva, que escorrem depois devagar a molhar as histórias que as paredes não contam; e depois seguem, devagar, pelas pedras seculares
do granito da calçada, em meandros vagos mas teimosos.
Por fim, num alívio, lá chegam ao rio; e as águas acolhem essas lágrimas - como acolhem tantas outras - e tudo está por fim no seu lugar.
Mais à esquerda ainda, o tribunal, a lembrar o Juramento de Caloiro e tantos dias de praxe, tantas horas despreocupadas e felizes.
Adoro esta cidade.
1 Comments:
E porquê a foto atrás das grades?.. mas gostei.. apanha o jardim (verduras).. a cidade.. e um pouco do rio..
kisses
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